Os três suspeitos presos durante a Operação Subversivos, realizada pela Polícia Federal na manhã desta sexta-feira, 25, vão passar por audiência de custódia ainda hoje. Entre os presos estão dois policiais militares e um terceiro homem, suspeitos de facilitar roubos a agências bancárias. Desde o início das investigações, em 2022, oito pessoas já foram presas.
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Polícia Federal na "Operação Subversivos"/Reprodução |
Durante coletiva realizada hoje, a Polícia Federal destacou que a organização criminosa realizava arrombamentos em instituições bancárias no interior do estado do Piauí. No decorrer das investigações, a PF identificou a participação de alguns agentes públicos. Segundo o delegado de repressão a crimes patrimoniais da PF, José Nunes, os agentes prestavam apoio logístico.
"Eles utilizavam informações privilegiadas para que os criminosos tivessem tranquilidade ao acessar as instituições bancárias e conseguir subtrair valores milionários", afirmou o delegado.
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Delegado de repressão a crimes patrimoniais da PF, José Nunes/Reprodução |
O delegado acrescentou que o grupo está sendo investigado desde 2022, após uma série de furtos à Caixa Econômica Federal. Parte do grupo já foi presa. No entanto, durante o Carnaval de 2025, os criminosos planejavam uma nova ação contra uma agência na cidade de Altos, interior do Piauí. O prejuízo causado às instituições bancárias é considerado milionário. Durante o depoimento, os policiais optaram por permanecer em silêncio.
Em 2022, a Delegacia de Repressão a Crimes Patrimoniais e Tráfico de Armas da Polícia Federal passou a investigar o grupo. De acordo com o delegado regional da PF, Ronildo Lages, os investigados já atuavam em outros estados com o mesmo esquema.
"A maioria da quadrilha é especializada nesse tipo de crime, um deles, inclusive, estava foragido e já foi preso no Rio de Janeiro. Então, são pessoas que não têm uma vida lícita, não têm uma atividade lícita e vivem exclusivamente desse tipo de crime patrimonial. A especialidade deles não era o novo cangaço. E sim, a destruição desses caixas eletrônicos e agências bancárias a fim de cometer o furto. E não o roubo violento, como ocorre na modalidade novo cangaço", explica o delegado.
PM acompanha investigação
Segundo o coronel Newmarcos, corregedor-geral da PM do Piauí, os policiais responderão a processo criminal na Justiça Federal, conduzido pela Polícia Federal, além de processos administrativos internos.
"Esses processos poderão culminar na exclusão desses policiais da corporação. Quero ressaltar que a Polícia Militar reprova esse tipo de conduta e a Corregedoria está sempre atenta a qualquer deslize, tomando as medidas legais cabíveis", afirmou o corregedor.
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Coronel Newmarcos, corregedor-geral da PM do Piauí (ESQ) e capitão Renildo Alves, subcomandante do Bope (DIR)/Reprodução |
Durante a operação desta sexta-feira, a Polícia Federal cumpriu todas as medidas cautelares de prisão dos investigados. Os demais envolvidos já haviam sido presos em fases anteriores da investigação.
Defesa se manifesta
O advogado Abelar Prado, que representa um dos suspeitos presos na operação, destacou que ainda não teve acesso aos detalhes da investigação.
"Essa situação ocorreu entre 2022 e 2023, na cidade de Altos. Alguns suspeitos foram presos na época, e a investigação continuou. Meu cliente é suspeito de dar suporte à quadrilha que vinha de Santa Catarina. Na última fase da operação, em março, ele foi preso, junto com outra pessoa, por meio de uma ordem de prisão temporária. Essa outra pessoa fez uma espécie de delação premiada e revelou todo o organograma do grupo. Ainda não tivemos acesso às provas da última fase da operação, o que é muito importante, pois, durante a audiência de custódia — sendo um mandado de prisão preventiva —, provavelmente o juiz não irá se manifestar sobre a concessão de liberdade", explicou o advogado. Cidadeverde.com